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terça-feira, 9 de março de 2010

H1N1: menor risco deixou grupos sem vacina gratuita - Saúde da Mulher - iG

H1N1: menor risco deixou grupos sem vacina gratuita - Saúde da Mulher - iG

H1N1: menor risco deixou grupos sem vacina gratuita
Saiba como o Ministério da Saúde escolheu quem participará da campanha
Fernanda Aranda, iG São Paulo | 09/03/2010 12:48

Maior risco definiu opção do Ministério por vacinar alguns grupos da população
“Se o vírus não escolhe idade, por que só algumas faixas etárias vão receber a vacina contra o H1N1 de graça?”, questionou Isabela, mãe de uma menina de 9 anos, em e-mail encaminhado ao Delas.

Mesma dúvida pode estar na cabeça de outros grupos que também não serão contemplados pela vacinação gratuita contra a gripe A, chamada de suína. Ficaram de fora da campanha em massa – que começou nesta segunda-feira vai até maio – os adultos saudáveis e maiores de 40 anos, além das crianças e adolescentes entre 3 e 19 anos.

O critério para a escolha da população alvo das doses gratuitas, argumenta o Ministério da Saúde, está baseado na primeira onda de contágio da nova gripe, que chegou ao Brasil em maio do ano passado e fez quase 30 mil vítimas. Por ser um vírus novo que nunca antes havia circulado no mundo, foi preciso avaliar o perfil de incidência da primeira epidemia, para então definir o grupo a ser protegido pela imunização nacional e sem custos.

As autoridades nacionais decidiram eleger os profissionais de saúde, os povos indígenas, as gestantes, os adultos entre 20 e 39 anos e as crianças entre seis meses e dois anos como o foco da vacinação contra o H1N1.

“A indústria farmacêutica não teve tempo hábil para desenvolver quantidade suficiente de vacina para atender toda população mundial”, explica Juvêncio Furtado, professor de infectologia da Faculdade de Medicina do ABC e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia. “O Brasil, por exemplo, comprou 103 milhões de doses, um número significativo mas insuficiente para cobrir os 190 milhões de habitantes. Foi preciso escolher a parcela prioritária na imunização.”

A infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Regina Succi, afirma que o objetivo da vacina contra a gripe suína não é impedir o contágio – o que seria muito difícil já que a transmissão da doença é muito fácil – e sim evitar as complicações severas após a contaminação.

“Os levantamentos mostraram que diferentemente da gripe tradicional (aquela a que as pessoas estão acostumadas) os idosos não se mostraram tão vulneráveis ao H1N1”, explica a especialista. “Os jovens estão muito mais presentes nas estatísticas de complicação da nova gripe. Uma das hipóteses é que os maiores de 70 anos, na década de 50, tiveram contato com outra epidemia de influenza, com vírus ‘primo’ do H1N1”, diz ela ao citar este argumento como um dos motivos para os mais velhos se mostrarem mais resistentes à epidemia.

Grávidas e doentes crônicos

Apesar do vírus H1N1 ainda ser considerado novidade no cenário científico, algumas pesquisas já ressaltam que a doença é, de fato, mais perigosa para alguns públicos. O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) de São Paulo, por exemplo, ao analisar 10.249 casos da enfermidade concluiu que portadores de doença metabólica crônica, como obesidade, diabetes e colesterol elevado, têm 7,58 vezes mais chances de morrer se contraírem a gripe suína do que pessoas que não apresentam essas condições. Entre as mulheres grávidas, o risco de morrer entre aquelas estão no segundo ou terceiro trimestre de gestação é 4,3 vezes maior do que para as no primeiro trimestre.

Esta pesquisa é uma das que fundamenta a escolha do Ministério da Saúde ao eleger os doentes crônicos e as grávidas – de qualquer idade – como parcela a ser imunizada gratuitamente. O protocolo para ser preenchido está disponível no site do governo federal.

Clínicas particulares

Os especialistas lembram que apesar da vacina ser preferencialmente oferecida para uma parcela da população, a dose não é contraindicada para outras faixas etárias. A vacina para pessoas entre 3 e 19 anos, por exemplo, pode ser oferecida em clínicas particulares. No entanto, os fabricantes das doses contra o H1N1 deverão oferecer as imunizações para as entidades privadas a partir de abril.

As justificativas do Ministério da Saúde

Por que os profissionais de saúde vão receber as doses?
Os trabalhadores da saúde envolvidos na resposta à pandemia necessitam ser protegidos para garantir o funcionamento dos serviços de saúde, ou seja, não se pode correr o risco de um possível colapso de atividade essencial, como pronto atendimento, vigilância em saúde, laboratório etc., porque o profissional foi atingido pela pandemia.

As grávidas foram escolhidas por quais motivos para estarem no grupo da vacinação gratuita?
Entre as mulheres em idade fértil que apresentaram síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza pandêmica (gripe suína), 22% eram gestantes.

E a escolha dos doentes crônicos para a vacinação?
Entre os casos graves de (H1N1) 2009, aproximadamente 35% apresentaram alguma comorbidade. O grupo de doenças respiratórias crônicas foi o mais frequente, com 24,4% dos registros, seguido de doenças cardiovasculares,e outras doenças crônicas.

Os indígenas serão vacinados gratuitamente. Por quê?
Os indígenas são considerados grupo prioritário seja pela maior vulnerabilidade a infecções, seja pela maior dificuldade de acesso às unidades hospitalares, caso necessitem delas.

Entre as crianças, quais devem ser vacinadas?
As crianças menores de dois anos apresentaram a maior taxa de incidência de SRAG por influenza pandêmica (H1N1) 2009.

Os jovens são os mais vulneráveis?
Os jovens entre 20 e 29 anos foram o grupo etário mais acometido, representando 24% do total de casos de SRAG por influenza pandêmica (H1N1) em 2009. Os adultos entre 30 e 39 anos foram o grupo etário mais acometido em relação a mortalidade, representando 22% do total dos óbitos de SRAG por influenza pandêmica (H1N1) no ano passado.



Fonte: delas.ig.com.br

Um comentário:

Dedinha Ramos disse...

Continuo na dúvida, amanhã decido sobre tomar a vacina ou não. A solução seria comprar a vacina das minhas filhas, para não ficar com a consciência pesada de ficar imunizada e elas não.

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