O sistema de cotas para estudantes da rede pública na UFS, gerou uma enorme polêmica que chegou aos tribunais, encabeçados por alguns estudante de rede particular que se sentiram injustiçados no vestibular 2010. A classe que se sentiu prejudicada neste processo: ‘A classe média’, que a partir de agora, vê a oportunidade de seus estudantes correrem o grande risco de não ingressarem na Universidade pública devido às “vantagens” oferecidas pelo Governo aos estudantes menos privilegiados na sociedade.
Argumentando como uma estudante cotista, essa iniciativa é de grande aceitação entre nós, que agora estamos mais motivadas do que nunca para dar continuidade as nossas pretensões acadêmicas, pois a chance de ter acesso gratuito ao ensino superior se tornou real, disponibilizando um combustível a mais no árduo processo de formação acadêmica da grande maioria dos estudantes, que lamentavelmente, não avançava muito neste universo, por não ter uma estrutura digna que suporte isto.
Ademais, existem muitas pessoas à margem da realidade, que veementemente proferem em seus discursos a inviabilidade deste processo, que nada mais é do que uma ameaça à qualidade do ensino universitário público do Brasil, assim como seu possível sucateamento. Oras, pesquisas demonstram que estudantes da rede pública não apresentam desempenho tão inferior aos ilustres estudantes da rede privada, como erroneamente muitos pensam. Além disso, o pré-vestibular da rede pública foi mais um incentivo que estimulou muitos estudantes, com a reserva de 50% das vagas.
Muitos podem achar um absurdo tal projeto, achando que esta é uma maneira de ridicularizar o sistema como um todo, porém se formos fazer uma proporção entre os estudantes da rede pública e da rede privada, percebemos que 50% ainda é pouco, quando partimos do pressuposto da igualdade, pois não correspondem a real demanda dos estudantes de colégios públicos.
Em suma, defendo a continuidade do sistema de cotas para estudantes da rede pública de ensino que apresentem uma baixa renda familiar, pois claramente, nos faz concluir que ser estudante de escola pública não está necessariamente ligado ao fato de ser ‘pobre’.
Ontem alunos da rede privada levaram cartazes em protesto ao sistema de cotas na coletiva de imprensa promovida pela UFS onde o reitor da Universidade, Josué Modesto Sobrinho, declarou que nada convencerá o conselho da instituição de que o sistema de cotas não é justo. A coletiva também contou com a participação de alunos do ensino médio da rede pública, que chegaram a alterar os ânimos durante o evento.
Durante a coletiva o reitor comentou a cassação da liminar judicial que autorizava uma candidata não-cotista da lista de excedentes a se matricular no curso. Além dessa ação, outros estudante aguardam mais decisões de ações requeridas na justiça.
Alguns estudantes da rede particular passaram a gritar com estudantes da rede pública: “Vão estudar, vão estudar’.
Vamos levantar essa bandeira para o sistema de cotas e permitir que a sociedade não perpetue essa reprodução injusta, no qual ‘pobre’ não é digno de integrar os círculos acadêmicos nobres, tais como Direito e Medicina. Viva a igualdade!
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