SEGREGAÇÃO, RACISMO E CRIME = SHOPPING JARDINS

SEGREGAÇÃO, RACISMO E CRIME = SHOPPING JARDINS

         A apartheid em Aracaju/SE tem sem dúvida um caráter violento, omisso e silencioso. Silêncio dos movimentos sociais organizados, inclusive do movimento negro, que desestimulado são vitimados pelas manifestações discriminatórias. Omissão do estado que faz vistas grossas como se não fosse responsável pelo bem comum, observa-se também a inoperância das entidades e movimentos sociais que reforça a "ação" do estado.

            O negro de modo geral está cansado, discrente e saturado de tantas agressões, que são em suma inadmissíveis. O racismo se manifesta entre nós com muita competência, através de suas facetas ele é sobretudo a apologia à desigualdade de uma raça ou crença sobre outra.

            Sergipe sofre com esta crise de identidade, pois não assume sua negritude, de modo que nossa cultura é negra, porem não a reconhecemos como tal. "temos que a um só tempo destruir todas essas estruturas racistas que existem em nossas cabeças[i]".

            Mais um ato de intolerância foi patrocinado pelo shopping Jardins, que insiste em mostrar aos pardos, mulatos e pretos que a África não é aqui,pois não é a primeira vez que negros ou quase negros são barbaramente espancados no interior deste estabelecimento. A barbárie é tamanha que nem mesmo um delegado de policia pôde sair ileso das fúrias das hienas arianas.

            O jovem negro, pobre e desempregado Leidson R. dos Santos foi espancado e estrangulado até a morte, sem direito ao direito de ter direito, aumentando mais e mais as estatísticas do IBGE, sendo vitima da intolerância e do racismo que afeta todos os homens e mulheres negras do meu Serigy e do pais da "democracia racial".

            O movimento negro e a sociedade civil organizada precisam tomar uma posição e sair da "zona de conforto", precisamos criar um fato que mobilize toda a sociedade para que os nossos direitos possam ser respeitados enquanto cidadão de direitos. Não queremos mais vitimas da intolerância e brutalidade do sistema de consumo, onde a moeda de troca é a boa aparência.

(Poema extraído do livro Crepúsculo.)

Carlos Augusto Santos "Reall"
Poeta, Educador Social, Coordenador do Novembro Negro e da Oficina Pedagógica Educar é Aprender.

artigo enviado por Reall para os leitores do

BLOG DA DEDINHA

                

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