Doença de pele tem relação com coração
23 Jun 2009
Psoríase foi associada à maior risco de problemas cardiovasculares
23 Jun 2009
Psoríase foi associada à maior risco de problemas cardiovasculares A psoríase é uma doença de pele frequente, não contagiosa, que atinge entre 2% e 3% da população mundial. Caracteriza-se por lesões na pele ou nas unhas, e acomete igualmente homens e mulheres, principalmente na faixa etária entre 20 e 30 anos.
Além dos efeitos na pele, a psoríase está associada à artrite, à depressão e à piora da qualidade de vida do paciente. Estudos mais recentes mostraram que essa doença de pele é uma condição inflamatória geral do organismo, com semelhanças a outras doenças auto-imune inflamatórias.
Algumas dessas doenças, como a artrite reumatóide e o lúpus, aumentam o risco de infarto do miocárdio. Por isso, pesquisadores resolveram estudar a psoríase com o foco na associação entre o problema de pele e os riscos cardiovasculares e de infarto.
O estudo, coordenado por Srjdan Prodanovich, da faculdade de medicina da Universidade de Miami, analisou as fichas de 3.236 pacientes com psoríase e 2.500 pessoas que não têm a doença.
Mesmo levando em conta condições prévias dos participantes do estudo, como histórico de hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo, os pesquisadores verificaram que as pessoas com psoríase corriam muito mais risco de ter aterosclerose.
Além disso, eles estavam mais propensos a ter problemas adicionais, como doença isquêmica do coração (que afeta os vasos do coração), acidente vascular cerebral (AVC ou derrame) e doenças arterial periférica (que afeta os vasos mais distantes do coração e do cérebro).
Segundo o responsável pelo estudo, os números confirmam a associação entre psoríase e doença cardiovascular. “Concluímos que a psoríase é um fator independente de risco para mortalidade. No decorrer da pesquisa, quase 20% dos pacientes com psoríase morreram, contra 10% de mortalidade no grupo que não tinha a doença de pele”, diz Prodanovich.
Os pesquisadores agora querem investigar se tratamentos mais agressivos para a psoríase ou para os fatores de risco cardiovascular podem levar à melhora da aterosclerose nesses pacientes.
O tratamento da psoríase depende do quadro clínico do paciente. Pode variar da aplicação de medicações tópicas nos casos mais leves a tratamentos complexos para casos graves.
A resposta ao tratamento de psoríase varia muito de uma pessoa a outra, e o componente emocional influi muito no tratamento. Por isso, recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudáveis e o controle do estresse. Essas medidas também são indicadas para quem tem problema cardiovascular.
Tratar a depressão, que é frequente em pacientes com psoríase e não deixa de ter relação com os efeitos da doença na aparência, também é importante para manter a saúde do coração.
Enquanto não há conclusões sobre a indicação de tratamentos mais agressivos, os pesquisadores da Universidade de Miami recomendam que os dermatologistas que tratam da psoríase indiquem aos pacientes que façam exames regulares para os fatores de risco cardiovascular, como o exame de colesterol.
Iara Biderman
FONTE: terra
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